A importância do editor na produção de conteúdo

Aqui aponto algumas considerações e dicas para você ter mais êxito na criação e edição de textos, especialmente para o ambiente digital.

A organização das ideias e das palavras é de fundamental importância em um texto, que pode integrar um artigo, uma imagem, um vídeo e tantos outros formatos. Mas muitos não têm essa habilidade de organização, de extrair o máximo de suas ideias e pensamentos e transportá-los para a escrita de maneira clara e coerente.

Leio e escrevo praticamente desde que me entendo por gente. Mas de uns três ou quatro anos pra cá, parte considerável dos textos que lido e processo são textos alheios, o que me ajudou a exercitar um olhar mais apurado para o entendimento do outro, do interlocutor, do receptor, que no fim das contas é o que de fato interessa. Se o outro não entender a mensagem, do que esta terá valido?

Textos de formatos impressos, textos de escritores para blogs e sites, textos corporativos e profissionais são alguns dos exemplos que recebo e tenho a missão de editá-los e revisá-los, e devo confessar, particularmente, que isso tem feito grande diferença no aproveitamento das ideias e do raciocínio de quem escreve e, claro, no entendimento do leitor.

Não necessariamente as pessoas precisam ser exímias conhecedoras das questões de estilo, de gramática, de edição e adequação de um texto, e é aí que entra a necessidade e as habilidades de um editor.

Escritores eficazes ausentes; editores e revisores presentes

E parece que essa necessidade é cada vez mais presente, haja vista que a educação fundamental e média está bem defasada. Um breve reflexo disso você pode conferir no vídeo abaixo.

Se o que vídeo expõe fosse apenas problema para os mais jovens, estudantes ou recém-saídos da faculdade, seria menos mal, mas o que acontece é que profissionais de todos os níveis têm déficit de leitura e escrita, o que reflete em suas comunicações – nas verbais e, principalmente, nas escritas.

É inegável que levam vantagem pessoas das mais diversas atividades que sabem escrever corretamente. É um baita diferencial, o que o próprio vídeo aponta e o que tenho visto no dia a dia como editor e revisor.

Escrever bem não implica escrever com termos pomposos e rebuscados, o que acaba em prolixidade, especialmente no ambiente digital, onde a mensagem tem de ser de fácil assimilação e entendimento; escrever bem tem mais a ver com passar de forma clara, sintética e objetiva o que se quer comunicar.

Um editor/revisor é sempre necessário, e se torna mais ainda nesses casos, quando a pessoa tem sérias dificuldades de síntese e de objetividade ─ e, convenhamos, quando escorrega no português.

Em muitos casos, design e funcionalidades estão impecáveis, mas a conversão não vem exatamente pela estrutura e organização – ou falta dela – do conteúdo, textos especialmente.

Os produtos e serviços expostos em um site e os profissionais envolvidos no negócio podem ser excelentes, mas se os textos, se os conteúdos não forem conversores, de nada adiantará.

Quando você vê erros mais que o normal em sites, blogs empresariais, profissionais e principalmente jornalísticos por aí, provavelmente é porque falta um editor, um revisor.

Exemplos na prática

Já fui editor e revisor mais assíduo do Mídia Boom. Atualmente, reviso em média três textos dos autores do blog por semana. Além das correções de gramática e de língua portuguesa em geral, uso palavras e sentenças mais inteligíveis, de maneira que preserve o estilo e o pensamento do autor. Algumas vezes, a mera substituição do título de um artigo resulta em muito mais acessos e recomendações – assim como o uso de subtítulos, imagens adequadas e outros formatos de conteúdo resulta em mais leitura e permanência no site/blog.

Já no A Bordo da Comunicação, por meu trabalho ser maior (99% dos textos passam por mim), acabo vendo mais as questões referentes ao uso correto da língua portuguesa e menos questões ligadas a Webwriting, como sentenças mais curtas, títulos e subtítulos e outros quesitos da pirâmide invertida.

Mas, em ambos os blogs, minhas intervenções são sensíveis e muito consideradas por parte dos editores-chefes e dos autores.

Um corte aqui, um ajuste ali e um acréscimo ou troca acolá fazem grande diferença.

Vamos às dicas e recapitulações

• Use títulos que despertem o interesse do leitor. Isso pode ser decisivo para o seu artigo ou post qualquer ser visto por uma dezena ou milhares de leitores. Mas cuidado, o texto deve ser tão interessante quanto o título – se não for, o leitor terá a sensação de ter sido enganado.
• Use subtítulos para quebrar o texto, o que dará mais fôlego para a leitura. Em blocos, o texto fica mais agradável de ser lido e assimilado. Também ponha em negrito e itálico partes mais importantes ou para as quais você quer dar destaque.
• Use imagens agradáveis, engraçadas, mais vibrantes ou não, mas pondere e saiba o momento e o contexto ideal para usá-las.
• Use vídeos, sons, infográficos, trechos de outras obras, on ou offline; diversifique o conteúdo – mas não esqueça de dar o crédito a quem é de direito.
• Use palavras e expressões de fácil entendimento, mas sempre respeitando o público para quem se direciona a mensagem – tão importante quanto o entendimento é a abordagem, mais ou menos formal.
• Leia e releia seus textos e corte as arestas, sintetize, troque expressões, organize e ajuste as ideias e não guarde tudo para o final. O começo e o fim são importantes, mas o meio deve ser agradável, proveitoso, objetivo.

Se o leitor/receptor entender, seu conteúdo terá mais chances de efeito e conversão.

Bons textos e edições! [Dr. Conteúdo]

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