Por que clientes não veem mídias sociais como canais de relacionamento

Confira informações importantes que alertam para o que devemos considerar antes de formular ações e estratégias pelos canais online.

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O relacionamento entre marcas e consumidores pelas mídias sociais, apesar de ser uma forte tendência, um caminho sem volta, ainda representa um pequeno percentual no universo de relacionamento empresas X clientes.

“As redes sociais devem fazer parte de uma estratégia maior, na qual os consumidores são atendidos por todas as ferramentas digitais da empresa, sendo as mídias sociais apenas um apoio ao engajamento com os consumidores”, diz Fernando Tassinari, General Manager da Razorfish no Brasil, agência que conduziu a pesquisa nos Estados Unidos.

Mesmo feita com o público americano, que tem suas especificidades e diferenças com o público brasileiro, a pesquisa nos dá uma ideia de como encarar essa questão e, principalmente, o que devemos considerar antes de formular ações e estratégias por esses canais online.

Fatores que resultam em engajamento

Realizada com seis mil clientes da Virgin America (empresa de linhas aéreas) e 100 mil usuários de internet, a pesquisa, que foca no comportamento dos consumidores pelo ambiente digital, levantou os seguintes fatores que geram engajamento, por ordem de importância dada pelos participantes:

  • Sentir-se valorizado: cliente não quer ser tratado apenas como mais um número – quer atenção nas solicitações;
  • Eficiência: resolver e se antecipar às necessidades dos clientes, solucionar;
  • Confiança: relação transparente e honesta;
  • Coerência: discurso em sintonia com as práticas;
  • Relevância: quando as mensagens são úteis e vão ao encontro das necessidades dos clientes;
  • Controle: a pesquisa mostra que o consumidor não quer estar no poder. “Os clientes não querem estar no controle, eles querem apenas ser bem atendidos pelas marcas”, afirma Tassinari.

Inquietante é notar que o e-mail, a despeito de muitos apostarem em seu esquecimento, é o canal apontado pelos participantes que mais gera engajamento com as marcas. Os sites institucionais aparecem em segundo lugar, sendo preferido pelos usuários entre 35 e 44 anos. Em seguida, temos o velho boca a boca e, finalmente, a interação cara a cara (offline).

Ainda segundo a pesquisa, os jovens dominam o Facebook, que é a mídia social mais utilizada como um todo pelos usuários. A comunicação móvel é mais abraçada por pessoas entre 25 e 44 anos. Já o Twitter aparece timidamente.

Opiniões sobre a questão

O blog Tecnocrata Digital chamou para a discussão desta questão no Facebook, com base na pesquisa supracitada. Eis duas importantes opiniões que deixo para sua consideração:

Atila Velo, @atilaVELO, webwriter e social media

Para nós, que estamos o tempo todo conectados, parece que o mundo todo já mudou. Mas ainda não: em paralelo, há quem prefira o telefone, a visita pessoal, etc. Aos poucos, estão se tornando minoria, mas essas pessoas ainda existem.

Sendo assim, a tendência é cada vez mais as mídias sociais e outros meios digitais se tornarem a primeira e mais importante forma de comunicação do ser humano, não apenas para obter informação, manutenção de contatos e gerenciamento bancário, mas também, e inclusive, relacionamento com as marcas.

Por enquanto, mesmo com uma ampla inclusão digital, precisaremos aguardar que os novos adeptos aceitem essa cultura – algo que, acredito, não será difícil e nem demorado.

 

Cleyton Carlos Torres, editor do @midia8

[…] No geral, mídias sociais não são canais de relacionamento direto. Pessoalmente, tento resolver tudo via chat, pois isso faz com que eu ganhe tempo e consiga realizar outras atividades ao mesmo tempo. Entretanto, quando o assunto é um pouco mais sério ou delicado, procuro o contato de voz, pois é menos “frio” e os problemas são geralmente mais trabalhados com cautela. No fim, se nada der certo, procuro as mídias sociais para avaliar, divulgar, comentar e expor ao máximo os problemas infantis daquela empresa.

Acredito que tais ferramentas digitais sociais podem ser utilizadas de forma paralela com os usuários, mas dificilmente como ponto de partida ou como ponto de chegada, já que o usuário precisa de um motivo para ir até o site ou até as redes da empresa, e a companhia precisa estar muito preparada para lidar com um relacionamento via mídias sociais envolvendo, muitas vezes, centenas e centenas de pessoas extremamente zangadas. […]

 

E você, como vê esta questão? Como é a sua relação com as marcas nas mídias sociais?

Referência: artigo de Cláudio Martins para o Mundo do Marketing.

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Newton Alexandria
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Oi! Eu sou o Newton Alexandria. Uni minha formação em Marketing e a experiência com Comunicação e escrita e fundei a Dr. Conteúdo. Hoje, escrevo minha vida e outras histórias... Gosto de gente, de cachorros, de viagens e de uma boa MPB. Fique à vontade para me escrever: new@drconteudo.com.br.
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  • http://politicacompimenta.com Luiz_Valerio

    Um bom artigo que leva a uma reflexão importante sobre o tema. Realmente, alguns clientes ainda não entenderam a dinâmica das redes sociais e subestimam o seu poder de alcance e a repercussão que elas causam.

    • http://flavors.me/newtonalexandria#_ Newton Alexandria

      Obrigado pela participação, Luiz! Vi que você participou lá no fórum do Tecnocrata Digital também. :)

      É, as empresas devem entender que tanto as coisas boas quanto as coisas más são amplificadas enormemente por esses meios. Estudar o terreno e o alvo é a melhor alternativa antes de vislumbrar os lucros.

      Um abraço,
      Newton

  • http://arrozsempequi.blogspot.com Marcos Maranhão Rosa

    Acho que muitas empresas, principalmente de pequeno e médio porte, estão tentando (erradamente) fazer a venda direta pelas mídias sociais. Tenho a impressão de que as mídias sociais nunca se tornarão um canal direto de vendas senão de fidelização das marcas. O cliente quer relacionar a atitude da marca com seu perfil, suas preferências, sua tribo, suas idéias. Ele não quer ser bombardeado de propagandas e ofertas onde ele menos tem abertura pra isso, no seu convívio social.

    • http://flavors.me/newtonalexandria#_ Newton Alexandria

      É, verdade, Marcos. Algumas empresas esquecem que o terreno é outro, no qual não se compra necessariamente um espaço para propaganda, como nas mídias tradicionais; é preciso uma série de obrigações antes das vendas. Algumas empresas, como uma pizzaria, podem até apenas vender pelas mídias sociais, usando-as unicamente como canal de prospecção de vendas, mas aí entra a questão do estudo do negócio, das estratégias, do público-alvo e se seu produto/serviço se encaixa na situação de prospecção vislumbrada.

      Obrigado pela participação e um abraço,
      Newton

  • http://twitter.com/FelipeMartinsGr @FelipeMartinsGr

    As mídias sociais são a "nova onda", mas não se deve deixar de lado as outras formas de contato (telefone, e-mail, cara a cara, etc). Por mais que haja um 'modismo' ao redor das mídias sociais, elas são uma das ramificações que as empresas devem investir. Tá aí minha contribuição :)

  • http://www.maickcosta.com Maick Costa

    Parabéns pelo artigo. A primeira linha do comentário do Fernando, manager da agência resume tudo: as redes sociais devem fazer parte de uma estratégia maior. Para uma pequena empresa, pode gerar vendas diretas, sim. Tenho sempre esse pensamento: uma estratégia maior, que englobe diversos canais. E as redes sociais são mais um canal. Você pode gerar engajamento do online para o offline ou vice-versa =]

  • http://www.maickcosta.com Maick Costa

    Detalhe: só acho que o título não fica adequado quando analisamos pequenas empresas nas redes sociais. Para grandes empresas, os canais nas redes sociais tendem a um SAC, mas para pequenas empresas, há a possibilidade de uma verdadeira interação, que gere relacionamento. Até acompanho o twitter da Ponto Frio que usa o pinguim para se relacionar com os seguidores (sendo que a empresa possui outra conta no twitter chamado de SAC.

    Tenho a sensação de que as pessoas quando veem que é uma empresa grande pensam que não receberão atenção individualizada por ser uma empresa grande, mas quando a empresa é pequena, há esse engajamento maior. =]

    • http://drconteudo.com.br/ Dr. Conteúdo

      Isso de grande e pequena e de ter maior interação com o usuário é muito relativo, Maick. Vai da organização e gestão das redes sociais online que cada uma faz.

      Abraços,
      Newton

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